segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Sentidos... Capitulo 2 (Part 2)


Ao acordar no dia seguinte, senti um silencio estranho dentro de casa. No mesmo instante sabia que Luiz havia saído.Levantei, me arrumei para ir trabalhar, tomei o café da manha sozinho como ultimamente era de costume.Luiz sempre saia cedo para trabalhar e voltava só a noite, sempre com um sorriso no rosto. Mas não ontem. Havia acontecida algo e logo que o vi naquele estado eu soube que não havia relação alguma com o trabalho.
Sai correndo de casa quase atropelando a porta e o portão. Estava atrasado para meu trabalho de meio período. Eu trabalhava na biblioteca da cidade _ não é assim tão emocionante _ e ganhava o justo. Minha função de organizar os livros era boa. Sem chefes para te irritar, sem cobrança, sem dores de cabeça, sem estresse. Ainda aproveitava para dar uma lida, meio que por cima, em alguns títulos que considerava interessante. Eu gostava de ler com mais freqüência os romances policiais e suspenses que sempre foram meus gêneros favoritos.
Meu período era na parte da tarde, ou propriamente dizendo o da noite. Depois do trabalho sempre aproveitava a companhia de alguns colegas para sair, beber alguma coisa, jogar conversa fora.
_ E ai o que vão fazer no fim de semana? _ perguntou Josh _ ele era alto, cabelos escuros, tinha uma aparência de anêmico, bem magro, se nao fosse o rubor em sua face diria que era realmente doente _ Que tal acampar? Será ótimo, não?
_ Seria uma boa _ respondi.
_ É mesmo, sair um pouco desse agito nos faria muito bem! _ disse Raquel. Cabelos louros e longos, olhos verdes como esmeraldas, pele clara como a neve das montanhas mais altas. Seu sorriso sempre iluminado, seu cheiro doce, seu hálito mentolado. Sua simpatia encantava a qualquer um. Mas eu havia há algum tempo guardava um sentimento maior por ela. Eu estava completamente apaixonado. E quando ela olhou pra mim falando em acampar eu soube que essa era minha chance de realizar meu desejo de amá-la.
_ Então ta! Esse final de semana iremos para as montanhas das serras da cidade bem cedo, assim poderemos aproveitar melhor cada momento.
Já passava das dez da noite quando cheguei em casa. Luiz não estava. Notei sua ausência pelo silencio que se seguia. Mas não me importei. Não havia espaços para preocupações, só a idéia de passar um fim de semana inteiro com a Raquel. Me preparei para ir dormir, o que involuntariamente não conseguia. Minha mente era só Raquel, Raquel. Pensava tanto nela que cheguei a ficar excitado e na loucura dos pensamentos coloquei toda essa excitação para fora e com o cansaço consegui dormir.
A semana demorou a passar. Cada dia se arrastando lentamente. Os minutos parecendo horas, as horas parecendo dias dentro de todo meu anseio pelo final de semana. Os ponteiros dos relógios, que me seguiam, não faziam o menor esforço para se moverem. Eu já estava ficando louco.
Finalmente havia chego o dia mais esperado dos últimos meses. A euforia tomara toda a razão que havia em mim. Ninguém estava acreditando na total alegria que estava sentindo. Mas eu sabia por quê. Minha chance com Raquel finalmente chegara e eu faria de tudo para aproveitá-la de melhor forma possível.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Sentido... Capitulo 2 (Part 1)

Me chamo Henrique, tenho 19 anos, freqüento a faculdade como grande maioria dos jovens de minha idade fazem. Tenho um emprego de meio período.Meu irmão mais velho Luiz trabalha com vendas. Ele tem muitos clientes já que a área que ele atua e muito procurada. As tentativas dele de me iniciar nesse ramo e incansável,mas não é minha praia.
Moramos juntos, sozinhos, já faz alguns anos. Luiz discutira muito com nosso pai ,que como ele ,é orgulhoso de mais.Eles tem o mesmo gênio e não há como negar isso.
Eu trabalho como office-boy, levando e trazendo documentos, indo a bancos, enfrentando filas e mais filas.
Luiz sempre foi para mim, motivo de orgulho. É dele os passo que pretendo seguir ,claro menos a ramo de vendas.
Eu estava em frente ao computador fazendo umas pesquisas para um trabalho da faculdade, ângulos e enquadramentos para fotografias de paisagens.
_Nossa estou cansado! _ disse Luiz quando passou pela porta do meu quarto sem ao menos bater, o que me deixara com muita raiva.
_Não te ensinaram a bater?
_Só estou procurando uma camisa.
_Já pensou em procurar no cesto de roupas _ rebati com um tom de raiva na voz que não fez efeito algum _ vai sair? _ perguntei menos tenso.
_Vou me encontrar com um cliente. Ele quer ver todas as propostas que tenho para sua empresa.
_Você vai demorar? _ ele sempre chegava de madrugada, às vezes na manha seguinte. Eu sempre preocupado.As ruas daquela cidade não soa o que se possa chamar de seguras.Varias pessoas já foram mortas nessa cidade ,que de dia é muito pacata, mas à noite se tornava um ringue de gangues sedentas de sangue.
_Qualquer coisa te ligo _ disse-me Luiz sem ao menos olhar pra mim.
_Claro _ murmurei.
_Bem, não vá dormir muito tarde _ “como se ele se preocupasse tanto assim comigo” _ pensei.
_Pode deixar sei me cuidar!
_Ok. Ate logo! _ nem terminara de falar já saiu de casa. Entrou em seu carro modelo esporte vermelho fogo, reluzente, ao ponto de cegar quem o olhasse diretamente, ao sol.Batera a porta com força e saiu cantando pneu.
Mesmo não demonstrando muito Luiz queria realmente que eu ficasse bem. Sempre me protegendo de tudo e todos.
Já não conseguia mais ouvir seu carro na estrada. Então continuei meu trabalho de fotografia.Horas se passaram.Não havia percebido como passara rápido o tempo,eu estivera mesmo concentrado nesse tempo todo?
Depois de horas, Luiz chega. A porta quase foi arrancada com o peso que seu soco provocou.
Não precisava perguntar para saber que ela não havia conseguido fechar negocio. Seu ritmo de vendo veio caindo depois que fomos morar sozinhos e isso o deixava cada vez mais chateado. Cheguei a pensar, havia pouco tempo, que talvez ele largaria o emprego e tentaria arranjar outra coisa para fazer.Mas ele gostava tanto do ramo de vendas que não o largaria assim tão facilmente.
_O que aconteceu? _ perguntei, mesmo sabendo que não precisava perguntar, parecendo preocupado.
Silencio... Foi a única resposta que obtive. Então sabia que ele queria ficar sozinho.Eu não forçaria a barra. Sabia como ele estava se sentindo e respeitando sua vontade não dita segui para meu quarto. Fui dormir.